CCM3 é uma mutação extremamente rara e grave que causa angiomas cavernosos cerebrais. Uma mutação do gene CCM3 pode resultar em uma síndrome multissistêmica porque o gene é ativo em vias adicionais de sinalização molecular que não são compartilhadas pelos genes CCM1 e CCM2.
Pelo menos metade dos pacientes identificados começou a apresentar sintomas graves quando crianças, incluindo múltiplas hemorragias cerebrais, apresentam também deficit cognitivo. Indivíduos com uma mutação CCM3 desenvolvem muito mais lesões do que aqueles com outras mutações. Uma mutação CCM3 também parece contribuir para o desenvolvimento de escoliose ou de tumores cerebrais benignos em metade das pessoas com a mutação. Curiosamente, os aspectos mais graves da doença, como hemorragia, parecem diminuir com a idade.
Mais recentemente (2019), pesquisadores da Universidade da Pensilvânia identificaram um papel único do gene CCM3 na criação do revestimento mucoso do intestino. Os camundongos com mutações CCM3 desenvolveram células caliciformes deficientes no intestino. Essas células são responsáveis pela produção do revestimento mucoso que ajuda a manter as bactérias dentro do intestino. Nestes ratos mutados, o revestimento mucoso foi reduzido em 25-50%. Este é um efeito semelhante ao que se poderia esperar ao consumir uma dieta rica em conservantes e emulsificantes. O vazamento de bactérias gram-negativas do intestino tem sido implicado no desenvolvimento de lesões de angioma cavernoso. O revestimento do intestino comprometido encontrado em pacientes com CCM3 pode oferecer uma explicação para sua maior carga de lesão. Pesquisas adicionais do microbioma estão em andamento.
REFERÊNCIAS
(Fonte: site Angioma Alliance – traduzido e adaptado para melhor compreensão da língua portuguesa)